Correlação entre desfechos na saúde cardiorrespiratória e exposição a poluentes atmosféricos – um estudo na megacidade de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.14295/vittalle.v33i3.13390Palavras-chave:
Material particulado, São Paulo, impactos na saúde, poluição do ar, saúde cardiorrespiratóriaResumo
O objetivo deste trabalho foi analisar os efeitos na saúde cardiorrespiratória da população do município de São Paulo pela exposição aos poluentes atmosféricos material particulado (MP10), NO2, SO2 e O3 durante os anos de 2010 a 2018. Para tal, dados de mortalidade e morbidade por doenças respiratórias (CID-10, J00 – J99) e por doenças cardiovasculares (CID-10, I00 – I99), disponíveis nos bancos de dados do DATASUS e dados diários das concentrações de MP10, NO2, SO2 e O3 obtidos da plataforma Qualar da CETESB. Por meio de análises descritivas preliminares pôde-se constatar o perfil sazonal das ocorrências de morbimortalidade por doenças cardiorrespiratórias, onde verifica-se os picos de casos nos meses de outono e inverno. Por fim, analisou-se estatisticamente os parâmetros de estudo por testes de Correlação de Pearson medindo o grau de interdependência entre duas varáveis. O NO2 foi o único poluente atmosférico que apresentou uma correlação positiva significativa com todos os efeitos deletérios em saúde, enquanto o MP10 apresentou forte interdependência com os desfechos em saúde, exceto quando relacionado com os casos de internações cardiovasculares. Entre os parâmetros climáticos analisados destaca-se a correlação entre a temperatura mínima e os parâmetros de saúde, em especial os óbitos cardiovasculares. Esse estudo colaborou para destacar a importância da atualização de políticas públicas relacionadas à qualidade do ar e mobilidade urbana, colocando em destaque os efeitos deletérios à saúde cardiorrespiratória, pela exposição aos poluentes atmosféricos e as vantagens da melhoria da qualidade do ar, em grandes centros urbanos.